Linear ou não-linear, eis a questão

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orangeHá cerca de 5 anos atrás, ainda pairavam discussões entre a escolha (ou integração) do online e offline. Provou-se que as duas abordagens precisam coexistir e se complementar para que seja possível atender diferentes expectativas e momentos de quem consome a comunicação.

Hoje em dia, quando falamos do consumo de conteúdos de mídia, a conversa trata da migração de meios entre os mais jovens, que estariam abandonando a TV para assistir vídeos no YouTube, ou abandonando o rádio para ouvir músicas em seu player de MP3 e, posteriormente, em serviços de streaming.

Em meio a isso tudo, serviços como Netflix e iTunes ganham cada vez mais espaço à medida que quebram a barreira da falta de confiança, provam seu valor e expandem mercado com novas formas de pagamento. Um interessante fenômeno sendo observado nos Estados Unidos é o aumento dos cancelamentos dos serviços de TV a cabo (ou satélite) em detrimento do aumento do consumo de serviços VOD (video-on-deman), como Netflix, Hulu e Crackle.

Analiso, contudo, este consumo de mídia independente do meio ou veículo que o transmite, quer dizer, assistir YouTube em uma Smart TV (TV conectada à internet) é assistir TV ou internet? Na verdade, pouco importa.

O que é conteúdo linear e não linear

Creio que a melhor classificação está ligada à forma como o expectador interage com a sequência de conteúdos que está consumindo, emprestando um termo já utilizado na comercialização da distribuição digital de conteúdo: conteúdo linear e não-linear.

Conteúdo linear é aquele não programado pelo espectador, mas sim armado por seu transmissor; basicamente, a televisão e rádio como comumente conhecemos há mais de 50 anos.

Por outro lado, conteúdo não-linear (ou on-demand) é aquele programado pelo próprio espectador, como é o caso da escolha pessoal de vídeos no YouTube. E, novamente, isto não está mais ligado ao meio/veículo, mas sim à maneira como o espectador (ou “usuário”) decide sobre o consumo do conteúdo.

Ao contrário da crendice publicitária, não iremos passar pela migração do formato linear para não-linear, mas sim a coexistência dos dois modos.

A opção por uma ou outra forma depende basicamente do quanto aquele consumidor deseja explorar novas possibilidades ou, em outros momentos, confiar a curadoria do conteúdo àquele que o transmite ou a serviços que realizam essa tarefa.

As listas de reprodução de canais no YouTube trazem a curadoria da programação linear a um meio digital para aqueles momentos onde o consumidor espera que ‘alguém’ faça o trabalho de filtrar, identificar, indexar e apresentar conteúdos sequenciais adequados ao espectador.

O mesmo ocorre com serviços de streaming de música, como o Spotify, Pandora e Deezer: baseados em um conjunto de dados pessoais indicados pelo próprio usuário, apresentam uma sequência de conteúdos que, acreditam, irá agradar quem o consome; estes exemplos, porém, seguem fundamentalmente sendo um consumo linear de mídia, não on-demand, ainda que totalmente personalizado.

Quem faz a curadoria

Há uma expectativa que este transmissor (Spotify, Jango, TV Globo) tenha a habilidade de ordenar coisas que interessam e que o surpreenda com algo novo. Obviamente algumas transmissão lineares são personalizadas e outras não-personalizadas, e esta é uma classificação relevante na diferenciação tanto de transmissões lineares quanto não-lineares.

Em transmissões não-lineares, este filtro é realizado pelas ferramentas de recomendação e similaridade (“quem viu ‘x’ também viu ‘y’).

Este excesso de personalização, inclusive, já deu margem a discussões sobre os “filtros-bolha”, em como estamos cada vez menos expostos e novos conteúdos e a novas descobertas à medida que esta curadoria baseada em nossos consumos anteriores molda a que seremos expostos no futuro (para mais informações sobre esse tema, recomendo o livro “The Filter Bubble: What The Internet Is Hiding From You”, de Eli Pariser).

Mas, independente das conversas sobre os filtros-bolha, o planejamento de conteúdos midiáticos enfrentará, com cada vez mais força, o desafio de oferecer ambas modalidades de consumo, linear e não-linear, arcando com as consequências do consumo simultâneo de cada um e suas características individuais. [Webinsider]

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JC Rodrigues (@jcrodrigues) é publicitário pela ESPM, pós-graduado pela UFRJ, MBA pela ESPM. Foi professor da ESPM, da Miami Ad School e diretor da Disney Interactive, na The Walt Disney Company.

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